No Século I, o Apóstolo Santo André fora o primeiro a pregar o Evangelho nas terras onde hoje é Ucrânia. Em geral, divide-se as etnias existentes na Europa em três grandes Grupos, sendo eles o Germânico que agrega, por exemplo, os alemães; o Latino, que agrega os portugueses, espanhóis, franceses e italiano; e os demais entram no Grupo Eslavo, como os poloneses, russos, sérvios e ucranianos.
No ano de 958 nasceu Waldomiro, que conheceu o cristianismo através de sua Avó Paterna, Santa Olga. Conta a tradição que enviou emissários por todo o mundo conhecido, para identificarem com a “melhor religião”, para nação ucraniana a ela aderir. Foram a Constantinopla (hoje Istambul, na Turquia), voltaram dizendo que achavam estar no Céu durante a Cerimônia Católica em que participaram tamanha a espiritualidade da Cerimônia. Então Waldomiro decide converter-se ao catolicismo, recebendo o Batismo, e ordenando que toda a população ucraniana se dirigisse as águas do Rio Dnipró para lá recebe o Sacramento do Batismo. Isto foi no ano de 988, por isto é o ano da Conversão Oficial da Ucrânia.
No ano de 1054 ocorre o Cisma do Oriente, pelo qual o Patriarca de Constantinopla se declara não mais subordinado ao Papa, ao Vaticano, surgindo a Igreja Católica Ortodoxa Bizantina Grega, tendo como língua litúrgica o grego, e não o latim como no Ocidente. Assim, o Oriente, incluindo a Ucrânia, passa a serem Ortodoxos.
Porém no Século XVI, um Bispo Ucraniano de nome D. João, tem uma visão, pela qual Cristo lhe diz que a nação ucraniana não pode estar separada do Vaticano. Assim, começam as negociações para que a Ucrânia se una novamente ao Papa, o que ocorre em 1596 com a UNIÃO DE BEREST.
No Século XVI também surge na Ucrânia, o Exército, destinados lutar contra os invasores vindos do sul, os turcos. Nisto surge a aliança com o Exército Imperial Polonês, em que ocorre a traição e começam a lutar entre si.
Neste contexto de dominação que no Século XIX, muitos poloneses e ucranianos imigram para a América, principalmente Canadá, Estados Unidos, Brasil e Argentina.
No Brasil os poloneses, se estabelecem nos três Estados do Sul, e os ucranianos se concentram no centro-sul do Paraná e norte de Santa Catarina;
Os imigrantes ucranianos logo após chegarem ao Brasil, enviam cartas para os Bispos na Europa reclamando a falta de Sacerdotes de seu Rito Oriental aqui no Brasil, para atenderem as confissões em sua língua de origem fazerem os Cerimoniais próprios e assim por diante. Nisso vem os primeiros Padres Diocesanos (1897), através dos quais começam as Paróquias da Região do Município de Mallet, no sul do Paraná, e os Diocesanos pelos quais começam as Paróquias na Região de Prudentópolis (Município que até hoje tem em torno de 75% de seus habitantes com ascendência ucraniana), no centro do Paraná.
A primeira Igreja Católica de Rito Bizantino-Ucraniano no Brasil, foi construída na Colônia Cinco, hoje Município de Mallet, porém ainda no Século XIX foi incendiada. Assim, em 1899 o Pe. Nikon Rodolkey dirige-se a Serra do Tigre (que hoje fica no Distrito de Dorizon), e começa os trabalhos de construção da Igreja São Miguel Arcanjo, feita de madeira encaixada, com telhado especial em etapas, visto que assim se constroem as Igrejas Ucranianas no velho continente, para que quando a neve derrete na primavera, não estoure o telhado da Igreja. Esta Igreja é inaugurada em 1903, sendo a Igreja Ucraniana mais antiga do Brasil. No domingo, 06 de novembro de 2011, fora reinaugurada por D. V. Koubetch, após ampla reforma feita pelo Ministério da Cultura, visto que a mesma é tombada pelo patrimônio histórico a anos.
Seu Padroeiro, São Miguel Arcanjo, é muito cultuado pelos ucranianos, sendo Padroeiro da Cidade de Kiev (Capital Ucraniana. Fundada no Século V) tendo no calendário oriental um dia próprio, 08 de novembro.
Assim, através destas linhas, este Autor, que é um Amador, quis de maneira pessoal passar para a Arquidiocese São Sebastião do Rio de Janeiro, uma visão geral do contexto e origens dos jovens ucraíno-brasileiros que ficaram hospedados na Paróquia São Miguel Arcanjo do Bairro Magalhães Bastos durante a JMJ.
Marcos Roberto Leão
União da Vitória, PR
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