A presente festa é uma grande felicitação de Maria da parte dos fiéis, que nela vêem, ao mesmo tempo, a glória da Igreja e a prefiguração de sua própria glorificação. A festa tem uma dimensão de solidariedade dos fiéis com aquela que é a primeira e a Mãe dos fiéis. Daí a facilidade com que se aplica a Maria o texto de Apocalipse 12 (1° leitura), originalmente uma descrição do povo de Deus, que deu luz o Salvador e depois refugiou-se no deserto (a Igreja perseguida do 1° século) até a Vitória final do Cristo. Na 2° leitura, a Assunção de Maria ao Céu é considerada como antecipação da ressurreição dos fiéis, que serão ressuscitados em Cristo. Observa-se portanto, que a glória de Maria não a separa de nós, mas a une mais intimamente a nós.
Merece consideração, sobretudo, o texto do evangelho, o Magnificat, que hoje ganha nova atualidade, por traduzir a pedagogia de Deus:
Ele recorre aos humildes para realizar suas grandes obras, e escolhe o lado de quem, aos olhos do mundo, é insignificante.
Podemos ler no Magnificat a expressão da consciência de pessoas "humildes" no sentido bíblico, isto é, rebaixadas, humilhadas, oprimidas (a "humildade" não como aplaudida virtude, mas como baixo estado social):
Maria, que nem tinha o status de casada, e toda uma comunidade de humildes, o "pequeno rebanho" tão característico do evangelho de Lucas (12,32).
Pe.João Azeredo