31 de dez. de 2013

Santa Mãe de Deus (A) - 2ª parte

A MÃE, O NOME E A CIDADANIA DE JESUS (A) 

Hoje, o assunto é a “cidadania” de Jesus: seu nome, sua identidade, seu lugar na sociedade humana. Antigamente essa festa era chamada a festa do nome de Jesus. O essencial da carteira de identidade é o nome. Identifica a pessoa no meio da massa, e diz também como se pode “chamar”, interpelar, pedir a contribuição desta pessoa, etc. O nome individualiza a pessoa, mas também a socializa. 

A segunda leitura de hoje nos fala de dois modos de inserção de Jesus na sociedade humana: nasceu de mulher, membro da família humana; e nasceu sujeito à lei, cidadão de uma comunidade política e religiosa. E exatamente por assumir a lei de um povo concreto, ele é um verdadeiro representante da humanidade. Quem não pertence a nada, não representa ninguém. Porque foi judeu, Jesus pôde ser o Salvador da humanidade. 

Conforme a lei, Jesus é integrado na comunidade judaica pela circuncisão no oitavo dia do nascimento (evangelho). Nessa oportunidade, lhes é dado o nome de Jesus, escolhido por Deus mesmo. Muita gente, quando escolhe o nome do filho, projeta nisso sua expectativa. Maria e José não escolheram o nome. Alinham-se com Deus, que projeta no nome de Jesus seu próprio plano de salvação, pois significa: “O Senhor salva”. Esse nome significa a participação pessoal de Deus na história da comunidade humana e política. Por isso, assim como o sacerdote Aarão no Ano Novo benzia os israelitas, invocando o nome do Senhor, nós também podemos benzer a nós e a todos com o nome de Jesus, uma prática popular muito significativa (primeira leitura)

O dia de hoje é oportuno para celebrarmos a “cidadania” de Jesus, porque é o início do ano civil. Ele é solidário conosco como cidadão.

Vamos ser solidários com Ele, construindo-lhe uma comunidade digna dele! 

Celebramos também a maternidade de Maria, Mãe de Deus. Em Jesus, Deus quis ter uma mãe. A inserção de um Deus em nossa história passa pela ternura materna. Sem esta, não se pode construir a história conforme o projeto de Deus. Assim Deus, na “sua” história salvífica, santificou uma dimensão especificamente feminina.

Que a sociedade machista entenda isso!

Pe.João Azeredo