Observemos ainda que ninguém pode se deixar confundir pela mensagem principal do Evangelho de hoje, escolhido por causa das frases destacadas anteriormente. Na realidade, este evangelho não narra a Imaculada Conceição de Maria, que não vem afirmada tal qual na bíblia, mas é uma intuição da fé da Igreja. O evangelho narra a vocação de Maria para ser mãe do Filho de Deus, pela força do Espírito Santo (e em vista disto, acreditamos, ela mesma foi concebida e nasceu sem a mancha que acompanha toda a humanidade).
Há pessoas que confundem Imaculada Conceição com maternidade virginal. São duas coisas bem distintas, e a confusão talvez provenha de um (inconsciente) sentimento de culpabilidade do ato procriador humano. Colocam na mesma linha Maria permanecer virgem na concepção de Jesus e ela mesma ser sem pecado, como se fosse pecado conceber um Filho sem permanecer virgem. Será fácil esclarecer ao povo que a concepção de Maria mesma (por sua mãe Ana) não foi virginal, mas ao ser concebida por Ana, Maria não ficou marcada pelo pecado de Adão (virginal sim, foi a concepção de Jesus por Maria).
Há pessoas que confundem Imaculada Conceição com maternidade virginal. São duas coisas bem distintas, e a confusão talvez provenha de um (inconsciente) sentimento de culpabilidade do ato procriador humano. Colocam na mesma linha Maria permanecer virgem na concepção de Jesus e ela mesma ser sem pecado, como se fosse pecado conceber um Filho sem permanecer virgem. Será fácil esclarecer ao povo que a concepção de Maria mesma (por sua mãe Ana) não foi virginal, mas ao ser concebida por Ana, Maria não ficou marcada pelo pecado de Adão (virginal sim, foi a concepção de Jesus por Maria).
Os contos insistem no misterioso Júbilo (canto de entrada). Este último tema merece atenção especial. Uma das razões porque certas pessoas se sentem constrangidas diante do dogma da Imaculada Conceição é o fator de Maria se tornar assim uma exceção. Não aguentam outra pessoa ser melhor ou mais inocente que elas próprias. Todos nós incorremos facilmente no perigo de tal inveja.
Não aceitamos que Deus faça exceções nem mesmo para o bem de todos. Não aceitamos que Deus saia de regra, que ele faça algo realmente gratuito, que não precisava ser assim, conforme a regra geral. E contudo, é na graça naquilo que é gratuito, não obrigatório que Deus se manifesta.
Aceitar que Maria desde o inicio foi melhor do que nós, talvez nos ajude a aceitar que também outras pessoas possam ser melhores que nós mesmos.
Por que Deus fez Maria diferente de nós?
A bíblia apresenta desde a segunda página o mistério do mal no mundo: o pecado dos que derma inicio à humanidade, Adão e Eva. No fim dessa história aflora um pontinho humano. A mulher esmagará a cabeça da serpente (primeira leitura). A fé Cristã viu o cumprimento desta palavra na “mulher” que é a mãe do Salvador e da Igreja. Ela venceu a serpente e não participou do pecado ao qual a serpente induziu Adão e toda a humanidade. Deus a preservou, com vistas à sua vocação de ser mãe de seu Filho. Neste sentido ela é a “obra prima” da graça de Deus.
Se não é possível compreender totalmente o mistério da eleição por Deus, ao menos podemos contempla-lo. Deus conhece antes do tempo, fora do tempo e Ele sabe sempre quem lhe pertence. Em Maria, a libertação do pecado por Cristo sentiu efeito antes que ela fosse criada. A eleição não tem tempo e acontece antes da criação do mundo (segunda leitura). Mistério da eleição divina.
Pe.João Azeredo