29 de jun. de 2013

São Pedro e São Paulo - 1ª Parte

S.Pedro e S.Paulo (1570), Gaspar Dias. Museu Nacional de Arte Antiga
Pedro, Simão, responde pela fé dos seus irmãos (Evangelho Mateus 16,13-19) Por isso, Jesus lhe dá o nome de Pedro, que significa sua vocação de ser "pedra", rocha, para que Jesus edifique sobre ele a comunidade daqueles que aderem a ele na fé. Pedro deverá dar firmeza aos seus irmãos (Cf. Lucas 22,32). Essa "nomeação" vai acompanhada de uma promessa:

As "portas" (Cidade, Reino) do inferno (o poder do mal, da morte) não poderão nada contra a Igreja, que é uma realização do "Reino de DeusA libertação da prisão ilustra esta promessa. (1° leitura: Atos 12,1-11).

Jesus lhe confia também "o poder das chaves", isto é, o serviço de "mordomo" ou administrador de sua casa, de sua família, de sua comunidade ou "cidade", na medida em que a Igreja é realização provisória ou parcial do Reino de Deus. Os apóstolos tem a última responsabilidade do serviço pastoral. Mas Pedro, é aquele que "responde pelos Doze", administra ou governa as responsabilidades de evangelização, e não da administração material.

Quem exerce este serviço de Pedro hoje, é o Papa, sucessor e Bispo de Roma, por causa das circunstâncias históricas. Pedro recebe também o poder de "ligar e desligar", o poder da decisão, de obrigar, ou deixar livre. Ele é exatamente o último responsável da comunidade (Mateus 18,18), e esse poder é dado à comunidade como tal, evidentemente sob a coordenação de quem responde por ele. Não se trata de um poder ilimitado, mas da responsabilidade pastoral, que concerne á orientação dos fiéis para a vida em Deus, no caminho de Cristo.

Se Pedro aparece como fundamento da Igreja, Paulo aparece mais na qualidade de fundador carismático. Sua vocação se dá na visão do Cristo no caminho de Damasco. De perseguidor, transforma-se em mensageiro de Cristo e "apóstolo". É ele que realiza, por excelência, a missão apostólica de ser testemunha de Cristo "até aos extremos da terra" (Atos 1,8).

As cartas a Timóteo, escritas na prisão em Roma, são a prova disto, pois Roma é a capital do mundo, o trampolim para o Evangelho se espalhar por toda civilização daquele tempo. Ele é o "apostolo das nações". No fim da sua vida, pôde oferecer sua vida como "oferenda adequada" a Deus, assim como ele ensinou (Romanos 12,1). Como Pedro, ele experimenta um Deus que liberta da tribulação (2° leitura, 2Timóteo 4,6-8.17-18).
Pe.João Azeredo