Tal existência, morta para o homem velho, é que o batismo configuração com Cristo, nos encaminha. Portanto, vivemos já a vida da ressurreição, num certo sentido. Quem diz isto em termos expressos é João (evangelho).
A Marta, que representa o conceito veterotestamentário (ou seja, do antigo testamento) da vida eterna – a ressurreição depois da morte, no fim dos tempos – Jesus responde que, quem crê nele já durante sua vida tem a vida eterna (Jo 11, 25-26; cf. 5, 24). O fundamento de afirmação não convencional assim é que Jesus mesmo é o dom exato lógico por excelência. Quem vê Jesus, vê Deus (Jo 14, 9). Quem aceita Jesus na fé, não precisa esperar a vida do além para ver Deus (na linguagem do antigo testamento), “ver Deus” era a grande esperança...
Com isso, estamos longe dos temas tradicionais referentes aos
finados. De fato, a celebração dos fiéis defuntos é a celebração de nossa esperança e da comunidade dos santos, “comunhão dos santos”, tanto quanto a festa de 1° de novembro. A liturgia nada diz das penas do purgatório e coisas semelhantes que tradicionalmente estão no centro da atenção neste dia. Ao deixarmo-nos ensinar pela nova liturgia, deslocaremos o acento desta comemoração. Vamos assimilar a espiritualidade desta liturgia para ter uma visão mais cristã da morte, o passo definitivo que conduz a vida verdadeira.
Santos e Finados
A igreja considera o 1° de novembro – todos os santos – dia santo de guarda, mas os fiéis “guardam” o dia 2, finados – inclusive é feriado nacional. Por quê?
O povo dá mais importância à oração pelos familiares falecidos do que a celebração dos santos gloriosos. Acha que os parentes falecidos lhe estão mais próximos e precisam mais de oração... Por isso, finados ganha de todos os santos. Também, o povo sofrido é mais sensível ao pensamento do sofrimento e da morte do que ao da glória. Glória nunca conheceu; sofrimento sim. (por isso celebra mais a sexta feira santa que a páscoa da ressurreição!).