Jesus venceu o
tentador no seu próprio terreno (o deserto). Terreno que moram serpentes e escorpiões, onde Deus pôs Israel a prova. Entretanto, Israel também tinha colocado Deus à prova (Salmo 95,9). Jesus não tentou Deus, mas venceu o tentador, pelo
menos por enquanto. Pois a grande tentação ficou para “a hora determinada” (cf.Lucas 22,3 31 39).
Em Lucas, Jesus é o grande orante,
o modelo do fiel. Ele professa a fé no único Deus como regra de sua vida e
se alimenta com a palavra que sai da boca do Altíssimo. Nossa quaresma deve ser
um estar com Ele no deserto, e dar a Deus o lugar central de
nossa vida. Como Ele, com Ele e por Ele, dando-o lugar central,
que damos a Deus também. Neste sentido, a quaresma é realmente “ser sepultado
com Cristo”, para na noite pascal, com Ele ressuscitarmos.
Lucas traz as tentações em ordem diferente de Mateus (cf. ano A). Em Mateus, o auge é a tentação de adorar o demônio; Em Lucas, é o transporte para Jerusalém. Ora, todo o evangelho de Lucas é uma migração de Jesus para Jerusalém, e a tentação decisiva será na mesma cidade. Jesus resistirá a esse ataque decisivo.
Assim, as tentações prefiguram o caminho Dele. Por isso, é tão importante nos unirmos a Ele neste “tempo de quaresma”, como prova de fé e vida.
É isso que lembra a oração do dia:
Tornar nossa
vida conforme à do Cristo.
O salmo responsorial é o (Salmo 91-90), que inspirou o satanás para a terceira tentação, mas que também contém em si a resposta da ilimitada confiança em Deus.
Pe.João Azeredo