TREINAMENTO DA FÉ
Devidamente desacelerados do
carnaval, celebramos o 1° domingo da Quaresma. Aos mais velhos “Quaresma”
lembra jejum e penitência. Mas Isaías diz que Deus não se alegra com uma cara
abatida. Talvez devamos encarar a Quaresma sob outro ângulo:
como treinamento
da fé.
Em que acreditamos, afinal? Por qual convicção colocamos a mão no fogo,
resistimos a provações, empenhamos a nossa vida?
Na sua origem, a Quaresma era o tempo
de preparação dos catecúmenos para receber o batismo na noite pascal. Neste
sentido, a 1° leitura nos lembra o “credo” que o antigo israelita pronunciava
na hora de oferecer os primeiros frutos de sua terra:
o povo foi salvo por
Deus.
A 2° leitura lembra o credo do cristão (que o batizando com toda a
comunidade pronunciava na noite pascal):
nossa salvação pela fé em Jesus
Cristo.
O evangelho mostra este credo em ação. Jesus foi posto a prova e deu o exemplo de adoração
exclusiva a Deus. O diabo lhe sugeriu que
transformasse pedras em pão, dominasse o mundo, deslumbrasse o povo... Mas
Jesus preferiu fazer de sua vida um grande ato de adoração. E o diabo o
deixou até a hora da grande provação – a hora da paixão e morte.
A Quaresma é uma subida à Páscoa. Os israelitas subiam a Jerusalém para oferecer suas ofertas, e Jesus
subiu para oferecer sua vida. Nossa subida à Páscoa está sob o signo da
provação e comprovação de fé. Encaminhamo-nos para a grande renovação de
nossa opção de fé. Se nos primeiros tempos de Igreja, a Quaresma era
preparação para o batismo e profissão de fé, para nós é caminhada de
aprofundamento e renovação de nossa fé.
Uma fé que não passa por nenhuma
prova, e não vence nenhuma tentação, se torna acomodada e morta.
Pe.João Azeredo