24 de fev. de 2013

2° Domingo da Quaresma (C) - 1ª parte

JESUS TRANSFIGURADO
PERSPECTIVA DA VITÓRIA


O caminho de Jesus e a antecipação de seu termo em Jerusalém, formam dentro da teologia de Lucas, o quadro de referência para a interpretação do evangelho de hoje. Jesus “em oração” (em Lucas, Ele é o modelo do orante), um pouco antes de tomar resolutamente o caminho de Jerusalém (Lucas 9,51),  tem uma entrevista com Moisés e Elias, precursores escatológicos, representantes da “Lei e dos Profetas” (cf. Malaquias 3,22-24). Eles falam com Ele sobre o “êxodo” que ele há de “cumprir” em Jerusalém (Jesus repete a história do povo - cf. domingo passado). Este “êxodo” é a passagem para sua glória, como insinua (“os dias de seu arrebatamento”). Jesus está para completar o seu êxodo, segundo a vontade do Pai. O Pai está presente na “nuvem” (como Deus no deserto). Com mais clareza do que nos sinais corriqueiros de Jesus, o Pai quer revelar aos discípulos que Ele é seu Filho amado a quem devemos obedecer. Isto é, de quem nós devemos tornar discípulos e seguidores. No seu caminho para a glória, caminho que passa pela cruz (Jerusalém), Jesus é mostrado na forma “consumada” e gloriosa, para que seus seguidores sejam confortados na fé e na confiança.


Deus dá sinais para que acreditemos. Contudo, estes sinais não são a plena visão, e se fossem já não precisaríamos acreditar. Assim fez Deus também com Abraão. Este tinha assumido sua caminhada na obediência da fé (Gênesis 12), mas não tinha descendência. Deus lhe jurou que lhe daria descendência, e Abraão acreditou o que lhe foi imputado como justiça (1° leitura). 

O sinal da promessa é um sacrifício, mas o “trabalho” não é nada fácil: os urubus estão aparentemente mais interessados nas carnes recortadas do que Deus; e Abraão, mesmo estando cansado, teve que esperar o por do sol e a escuridão, para ver Deus passar como um fogo devorador entre os pedaços da vítima. Neste momento, o Senhor faz aliança com Abraão.


Aliança e promessa no caminho.
Será necessário começar a caminhar,
para ter esta experiência?
 

Pe.João Azeredo