19 de mai. de 2013

Pentecostes (C) - 2ª parte

I – Os dons do Espírito Santo (preferível-A)

Pentecostes, festa do “Divino” Espírito Santo, é uma oportunidade para entender melhor uma realidade central de nossa Fé:

O espírito de Deus que nos é dado em virtude de nossa Fé em Jesus Cristo.

Jesus glorioso mandou o Espírito Santo de junto do Pai. No evangelho, João narra como no dia da Páscoa, Jesus comunica aos apóstolos e o Espírito Santo, para que exerçam o poder de perdoar os pecados.

Jesus é “o cordeiro que tira o pecado do mundo” (João 1,29), e os discípulos devem continuar essa missão.

Já São Lucas, distingue diversos momentos. Depois de ter falado da Páscoa da Ressurreição e da Ascensão de Jesus com entrada na glória, Lucas descreve a manifestação do Espírito Santo, aos cinquenta dias depois da Páscoa, no Pentecostes (que significa “quinquagésimo dia” - 1ª leitura). Nesse dia, em que a religião de Israel comemora o dom da Lei no monte Sinai, descem  sobre os apóstolos como que línguas de fogo, para que eles proclamem o evangelho a todos os povos, representados em Jerusalém pelos romeiros da festa, que ouvem a proclamação cada qual em sua língua.

Entre os  primeiros cristãos, os de Corinto, gostavam demais do “dom das línguas”, pelo qual eles podiam exclamar frases em línguas estranhas. Mas Paulo os adverte de que os dons não se devem tornar fonte de desunião. Os fiéis, com sua diversidade de dons, devem completar-se, como os membros de um mesmo corpo (2ª Leitura). No milagre de Pentecostes, um falava e todos entendiam (em sua própria língua). No “dom das línguas” ou glossolalia, corre-se o perigo de que todos falem e ninguém entenda. Por isso, Paulo prefere um falar que todos entendam (I Cor 14).

Hoje devemos renovar o milagre de Pentecostes, falar uma língua que todos entendam: a linguagem da justiça e do amor. Esta é a linguagem de Cristo, é uma “língua de fogo!” Aliás, o evangelho nos lembra que a primeira finalidade do dom do Espírito é tirar o pecado do mundo (João 20, 22-23). Por outro lado, devemos reconhecer a enorme diversidade de dons no único “corpo” da Igreja.


Somos capazes de considerar as nossas diferenças (pastorais, ideológicas, etc) como um mútuo enriquecimento?

Colocamo-las em comum?

O diálogo na diversidade pode ser um dom do espírito muito atual.


Pe.João Azeredo