Vivemos em um mundo marcado por constantes transformações. A
realidade está se transformando a cada dia, e a Igreja não pode ficar alheia a
esse processo. É necessária uma leitura da realidade em que estamos inseridos,
para buscarmos novas formas de evangelização.
O projeto da nova evangelização nada mais é do que buscar
novos métodos de evangelização que correspondam ao momento atual, é inserir a
Igreja no tempo, anunciando de forma nova a Verdade do Evangelho que sempre foi
anunciada. Acima de tudo, a nova evangelização é colocar em prática o pedido de
Jesus aos discípulos:
“vão e façam
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, Filho e Espírito
Santo”. Mateus 28
Não se trata de uma tentativa de mudar a Doutrina
da Igreja ou os valores essenciais da Fé Católica, ao contrário, trata-se de
continuar transmitindo o que sempre foi transmitido, com uma linguagem nova,
que corresponda aos anseios de um povo marcado por constantes transformações,
seja no âmbito social, político, religioso ou tantos outros.
O Papa João XXIII nos recordou na encíclica Mater et
Magistra, a missão essencial da Igreja:
“Mãe e mestra de todos os povos, a
Igreja Universal foi fundada por Jesus Cristo, a fim de que todos, vindo no seu
seio e no seu amor, através dos séculos, encontrem plenitude de vida mais
elevada e penhor seguro de salvação”.
Com essas palavras, o Santo Padre nos
ensina que a missão da Igreja não está restrita a um povo ou a um tempo
específico, mas é dirigida a todos os povos em todos os séculos da história,
até a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não podemos negar que a realidade de
hoje não é a mesma do passado, diante disso é primordial que nos questionemos:
Que sociedade é essa em que estamos inseridos?
É inegável que vivamos em um mundo secularizado, como bem nos
lembrou o Papa Emérito Bento XVI em discurso proferido aos participantes da
Assembléia Plenária do Pontifício Conselho da Cultura no Vaticano em 2010:
“A
«morte de Deus», anunciada nas décadas passadas por tantos intelectuais, cede o
lugar a um culto estéril do indivíduo. Neste contexto cultural, existe o risco
de cair em uma atrofia espiritual e em um vazio do coração, caracterizados às vezes
por formas parecidas de pertença religiosa e de vago espiritualismo”.