30 de mai. de 2013

SANTÍSSIMO SACRAMENTO DO CORPO E SANGUE DO SENHOR (C) - 2ª Parte



Pão e vinho  comida ao mesmo tempo, simples e festiva, cotidiana e solene - foi o que o rei Melquisedec, a sacerdote do Altíssimo, do Deus de Abraão, ofereceu como sacrifício e ágape, quando do encontro com Abraão (1° leitura). Ele não ofereceu sacrifícios sangrentos, que podem sugerir algum efeito mágico, mas os dons de Deus para a vida cotidiana. Dom que Deus deu à sua Igreja com um sentido bem mais rico do que Melquisedec podia suspeitar! Do dom de Deus, Melquisedec fez sua oferta a Deus. Nós também oferecemos ao Senhor o dom que nos deu:

O pão e o Messias-Servo, que o pão significa.

Estabelece assim a comunhão que o próprio pão e vinho sugerem (cf. Lucas 22,15-20). No pão que sacia a família humana oferecemos a Deus nossa comunhão com seu dom por excelência: Jesus, dado por nós.

Mas então é inadmissível que a comunidade cristã deixe seus membros sem o pão de cada dia? Não, isso será um pecado contra “o corpo do Senhor”, como nos ensina Paulo (2° leitura):

“corpo” tem o sentido do Cristo presente na Eucaristia, mas também, da comunidade eclesial.

Ora, isso aí nos convida a um sério exame de consciência!

Será possível ter comunhão no pão que é dado por todos, se não nos damos mutuamente o pão de cada dia, alimento do corpo que é a comunidade?

O cristianismo não é um espiritualismo, uma fuga em belas idéias sobre Deus. O cristianismo é a religião da Encarnação. Ser Messias, para Jesus, significa dar pão em sinal do dom de si mesmo. A Igreja, trilhando o caminho do Cristo, não pode deixar de fazer o mesmo.

“Vós mesmos, dai-lhes de comer” (Lucas 9,13).

Pe.João Azeredo