31 de dez. de 2012

Missa Santa Mãe de Deus (C) - 2ª parte

JESUS DE MARIA, BENÇÃO DO POVO

Que sentido tem para você a celebração de um novo ano? Mais uma festinha ou farra? Um costume social? Uma ocasião para demonstrar carinho para com amigos? Trocar votos de paz e felicidade, e injetar um pouco de otimismo em si mesmo e nos outros?

Para nós, cristãos, o novo ano litúrgico começou há um mês, no 1º domingo do Advento. Celebrar o Ano-Novo no dia 1 de Janeiro não é próprio da Igreja, mas os cristãos participam desta celebração como cidadãos da sociedade civil. Participam desta celebração, com a festa de Maria, mãe do Deus Salvador - Jesus Cristo

Por que a Igreja marca este dia com uma festa de Maria,
mãe de Deus?

É um voto de paz e benção para a sociedade, e para o mundo! Pois o filho de Maria é uma benção para toda a humanidade, e também será neste ano civil que se inicia.

A 1ª Leitura de hoje (31/12/12-01/01/13) nos faz ouvir a benção de Deus transmitida pelos sacerdotes do templo de Jerusam. Maria nos transmite uma benção maior, da parte de Deus: o seu filho, Jesus. Neste dia, os nossos votos de paz devem ser a extensão desta benção que Maria fez chegar até nós.

Desta forma, nossos votos serão autenticamente cristãos, e não apenas uma fórmula social, um desejo egoísta, e mera bajulação de "amigos importantes"... Devemos desejar aos nossos amigos aquilo que veio até nós em Cristo: o amor de Deus na doação da vida pelos irmãos. Este é o verdadeiro motivo, que convém dividir neste dia mundial da paz

Somente onde reinam os sentimentos de Jesus (esquecimento de si para o bem dos irmãos, como pessoas e como sociedade), pode existir a paz que vem de Deus

Pe.João Azeredo

Missa Santa Mãe de Deus (A/B/C) - 1ª parte

Nascido de mulher, nascido sob a Lei


Quem se lembra da antiga liturgia gregoriana, hoje terá saudades da maravilhosa antífona salve sacta parens (salve, santa genitora), a participação de Maria no mistério da encarnação. Celebramos a oitava de natal. Ao oitavo dia do parto confere-se ao filho a circuncisão (nome antigo desta festa), acompanhada da imposição de Maria nesse mistério. É integração na comunidade judaica. A 2ª leitura ressalta a maternidade e o rito judaico:

"nascido de mulher, nascido sob a Lei" 
(Galátas 4,4)

Mediante a figura de Maria, é celebrada a inserção de Jesus na humanidade, especificamente na comunidade judaica. Pois Ele não era "bom demais" para nascer como homem, nem para ser submetido à Lei judaica. Com isso, combina bem o fato de celebrarmos essa festa no início do ano civil, lembrando a benção do ano novo israelita (1ª Leitura), reforçada pelo pedido de benção no salmo responsorial. Aliás, o nome que Jesus recebe (evangelho) é uma benção: Ieshua (Javé Salva)

Através do nascimento maravilhoso, Maria deu Jesus à humanidade como um presente de Deus (cf. 4º domingo Advento) no seio de um povo com leis e costumes, um povo sobre o qual Deus faz "brilhar sua face", e o nome de Jesus traz a benção do Senhor. Jesus, "Senhor salva", este é o nome que doravante será invocado sobre a humanidade (cf. Números 6,27).

A mediação da comunidade de Israel no projeto salvífico do Senhor nos ensina que Ele não ama abstratamente, mas através de pessoas e comunidades concretas. Só o que é concreto pode ser realidade. Assim, com Maria no seio do povo de Israel, foi realizado um caminho concreto para o Salvador, e para o mundo de hoje, serão comunidades concretas, as portadoras de Cristo com salvação de Deus . Maria é protótipo da Igreja e das comunidades eclesiais (cf.oração do dia).

A festa de hoje remete também "a renhida discussão teológica que reclamou para Maria o título de Theotokos, "genitora (mãe) de Deus" (Concílio de Éfeso). De certo, Deus não tem mãe, mas escolheu Maria como mãe para um filho que em tudo realiza a obra de salvação. Santificou Nela a maternidade, quando o Filho assumiu a humanidade. Deus experimentou a realidade íntima da maternidade em Cristo. A maternidade é, como a humanidade, (capasc Dei) capaz de receber Deus... Um Deus tão grande, que conhece também o mistério da maternidade, e por dentro!

Para captar isso talvez tenhamos de modificar um pouco nosso conceito de Deus.
Pe.João Azeredo

Missa Santa Mãe de Deus (Ano-Novo)

Missa da Noite
SEGUNDA - 31/12/12 - 20H

Missa da manhã
TERÇA - 01/01/13 - 09H 

30 de dez. de 2012

Missa Sagrada Família (C) - 2ª parte

A CASA DO PAI...

O tempo de Natal é o das reuniões em família, de almoços que começam com bebidas alcoólicas ao meio-dia e terminam ao pôr-do-sol... Mas o evangelho de hoje (30/12/12) questiona aquela sensação de segurança e aconchego, da família patriarcal, com a casa e os pais no centro, e seus filhos girando em redor. São José, partilhando da mentalidade de seu povo, deve ter pensado desse jeito patriarcal sobre a educação de Jesus. Mas o evangelho nos conta uma historia que entra em colisão com esse conceito tão natural.

Na véspera de se tornar menino adulto em comunidade judaica, os pais levaram Jesus para o templo de Jerusalém, para celebrar a Páscoa e mostrar-lhe alegria de viver na comunidade dos fiéis israelitas. Na volta, constatou-se a ausência do menino em caravana. Depois de três dias de busca, O encontraram numa dependência do templo, recebendo aulas dos mestres em Sagrada Escritura. Aos aflitos pais, Ele respondeu:

"Não sabíes que devo estar naquilo que é de meu Pai?" 

Depois, voltou com eles para casa, e continou vivendo lá na casa mais natural a obediência filial. Jesus tinha duas "casa do Pai", a de José, por enquanto, e a de Deus, para sempre... Sendo a última decisiva.

Essa história contêm uma lição para os pais cristãos. "Teus filhos não são teus filhos", diz o profeta no livro de Kahlil Gibran (Os filhos filhos de Deus). É por isso que se batizam os filhos desde pequenos. E isso tem consequências, pois a casa, o sustento e a educação que os pais cristãos proporcionam a seus filhos, por maior que seja sua dedicação, tudo isso está a serviço daquela "casa" mais importante e destina-se a um encaminhamento superior, no sentido do plano de Deus.

Os pais não educam seus filhos para si, mas para o Senhor. Aos pais ricos, pode acontecer que invistam nos estudos de seus filhos, para depois vê-los dedicarem-se quase que de graça a serviços de saúde atendendo gente sem renda... Aos pais pobres, como José e Maria, pode acontecer que o filho que lhes poderia facilitar a vida, comece num determindado momento a empenhar todos os recursos nos projetos e nas lutas da comunidade. Nem por isso, tais filhos são desobedientes ou ingratos. Apenas manifestam que a casa de Deus é maior que a casa da gente.

"Já não sei onde está minha casa!" 

Esta frase foi colhida da boca de um jovem agente pastoral, que estava cansado de percorrer noite após noite as ruas do bairro. Um pai de família se queixou ao pároco, de que seu filho, líder de jovens, nunca está em casa. Talvez os pais de tais filhos lhos estejam passando pela aflição que assolou José. O consolo é: Ler o evangelho até o fim...

Mas ficamos com outra preocupação. A grande maioria dos filhos hoje não "se perde" no templo da comunidade, na "casa do Pai", e sim nos templos do consumo, shopping centers, danceterias, shows... E o caminho que aprendem naqueles palácios da satisfação imediata e ilimitada não está no Evangelho de Lucas, a não ser na parábola do filho pródigo...
Pe.João Azeredo

Missa Sagrada Família (C) - 1ª parte

JESUS CRESCEU
EM SABEDORIA E GRAÇA

 
Lucas coloca a visita de Jesus ao templo, sob o signo da sabedoria, como também a subsequente notícia sobre a vida escondida em Nazaré.

Ele cresce e revela seu crescimento em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens. Ao mesmo tempo que exprime sua verdadeira humanidade. Nesta notícia há um programa para a educação cristã.

Quanto a cristologia, o crescimento de Jesus contradiz o docetismo (doutrina da humanidade aparente). Seu crescimento em sabedoria causa admiração, já que costumamos achar que Ele devia saber de tudo. 

Resposta sobre o conhecimento divino de Jesus :

Não é um conhecimento enciclopédico universal; Bastou que Ele tenha conhecido sem sombra de dúvida a vontade de Deus em sua vida;

Ele é encarnado em uma psicologia humana autêntica, progressiva e alimentada pelo contato com a realidade vivida. O processo humano do saber realiza-se num modo divinamente perfeito, dentro de seu gênero, com as características do humano. Isso não exige um QI excepcional, mas uma autênticidade humana historicamente situada e limitada, que "aprendeu" (cf.Hebreus 5,8) desde a infância a colocar seu crescente saber humano totalmente a serviço da vontade divina, manifestando-se Nele a infusão do espírito de Deus.

O breve relato de Lucas aponta também qual deve ser o "interesse" da educação cristã: o crescimento em graça e sabedoria diante de Deus e diante dos homens. O mais importante não é o desenvolvimento da inteligência, mas da graça, ou seja, da bondade e lealdade que une Deus e o homem em aliança (arésed). A faísca do Criador na criatura, faz com que o contato com uma pessoa "cheia de graça" se transforme numa manifestação do próprio Deus. Esta qualidade se desenvolvia em Jesus em compasso com o desenvolvimento de sua personalidade.  Lucas acrescenta: "Diante de Deus e dos homens". Que significa: na oração, diante do Pai, procurando conhecer-lhe a vontade e responder-lhe com leal carinho; E na vida, no meio dos homens, partilhando com eles o saber e transformando-o em manisfestação de carinho de Deus. É esse o programa da educação cristã.

Pe.João Azeredo

25 de dez. de 2012

O Tempo do Natal


A Igreja não considera nada mais venerável, após a celebração anual do mistério da Páscoa, do que comemorar o Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, o que se realiza no tempo do Natal.

O tempo do Natal vai das Primeiras Vésperas do Natal ao domingo depois da Epifania ou domingo depois do dia 6 de janeiro.

A missa da Vigília do Natal é celebrada à tarde do dia 24 de dezembro. No dia do Natal do Senhor, segundo a antiga tradição romana, pode-se celebrar a missa três vezes, a saber: à noite do dia 24, na aurora do dia 25 e durante o dia 25. Em nossas comunidades paroquiais o costume é celebrar a missa da noite e a missa do dia.

O Natal do Senhor tem a sua organização do seguinte modo:

A)No domingo dentro da oitava, ou em falta dele, no dia 30 de dezembro celebra-se a festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José;

B)No dia 26 de dezembro, celebra-se a festa de Santo Estevão, Protomartir;

C)No dia 27 de dezembro , celebra-se a festa de São João, Apóstolo e Evangelista;

D)No dia 28 de dezembro, celebra-se a festa dos Santos Inocentes;

E)Os dias 29, 30 e 31 de dezembro são dentro da Oitava do Natal;

F)No dia 1 de janeiro, oitavo dia do Natal, celebra-se a Solenidade de Santa Maria mãe de Deus, na qual se comemora também a imposição do Santíssimo Nome de Jesus.

O domingo que ocorre entre os dias 2 e 6 de janeiro é o segundo domingo depois do natal.

A Epifania do Senhor é celebrada no dia 6 de janeiro, a não ser que seja transferida para o domingo entre os dias 2 e 8 de janeiro, nos lugares onde não for considerado dia santo de guarda.

No domingo depois do dia 6 de janeiro, celebra-se a festa do batismo do Senhor.
Pe.João Azeredo

23 de dez. de 2012

4º Domingo Advento - 2ª parte (C)

" EIS ME AQUI PARA FAZER
TUA VONTADE "



Na proximidade de Natal, diante dos enfeites de nossas casas e diante das vitrines cheias de supérfulos, cabe perguntar para que Jesus veio ao mundo? Ele veio para fazer a vontade de Deus, que é nossa salvação (2ª Leitura).

Ele veio como o messias e libertador anunciado pelos profetas. A 1ª Leitura descreve Belém com a cidade onde nasce o Rei, descendente de Davi, que será o Salvador do povo. Davi era pastor e Rei e seu descendente, o Messias, será um Davi superior, ou melhor, um Davi mais plenamente consagrado à vontade de Deus: O novo pastor enviado para conduzir o povo...

Deus elege seu enviado e também a mãe que O dá ao mundo. O mistério dessa eleição se realiza no útero de Maria, nos primeiros dias de gravidez, e no sexto mês de sua parenta Isabel. João Batista ainda no útero de Isabel, manifesta alegria pela presença do Messias no seio de Maria. Quando Maria visita Isabel, Deus visita o seu povo na figura do Messias que há de nascer....

Ora, que significa concretamente, a liderança messiânica para a qual Jesus nasceu? Ele veio fazer reinar a justiça e o amor que Deus colocou como fundamento de seu reino. Veio ensinar-nos a amar-nos mutuamente, procurando cada um servir a seus irmãos, em vez de explora-los. Jesus, não veio exercer as funções dos sacerdotes do Antigo testamento - oferecer sacrifícios de bois e cordeiros - mas realizar a vontade do Pai, até o dom da própria vida: " me deste um corpo...aqui estou...para fazer tua vontade " ( 2ª Leitura). O nascimento Dele é o primeiro momento do dom de sua vida. O presépio do nascimento é da mesma madeira que da cruz da Sexta-feira Santa.

A disposição com que Jesus oferece sua vida a vontade do Pai é um exemplo para nós. Só acolheremos Jesus de verdade, se assumirmos sua atitude como programa para vida. O amor é contagioso. Quem ama, gosta de imitar a quem ama. Nosso cristianismo não é em primeiro lugar uma questão de ritos e práticas devocionais, mas de fazer a vontade do Pai. É antes de tudo, adesão ao plano divino de salvação, que as nossas mãos devem por em prática.

É assumir a justiça, o respeito, a libertação e o amor em atos e verdade, daquilo que Deus deseja para todos os homens. 

As práticas devocionais devem ser alimento para a prática de nossa vida no meio da sociedade, e não desculpa e fuga. Não basta entrarmos no templo; Devemos dizer :

" Eis-me aqui, para fazer tua vontade".

Se Natal significa acolher Jesus, essa acolhida só será verdadeira se, com ele, repetirmos : "Eis me aqui "...

Pe.João Azeredo

22 de dez. de 2012

4º Domingo Advento - 1ª parte (C)

A INRUPÇÃO DO MISTÉRIO DE DEUS
EM NOSSA VIDA


Se no domingo anterior, se podia dizer que os raios do Sol (Iustitiae) já abrasavam o horizonte, na liturgia de hoje, rodeada pelas antífonas "O", se abrem as nuvens da madrugada. Irrompe em nossa humanidade, de modo indescritível e fascinante, a atuação definitiva do amor de Deus.

A oração do dia evoca todo o mistério da salvação, desde a anunciação do anjo a Maria até a Ressurreição do Cristo. O que celebramos no Natal não é apenas o nascimento de um menino, mas a irrupção da obra de Deus com realização definitiva da história humana.

A 1ª Leitura tem o efeito de um aperitivo. Evoca o paradoxo da minúscula cidade de Belém, grande por causa de Javé, que cumprirá sua promessa de chamar novamente um "pastor" da casa de Jessé (pai de Davi). A pequena cidade torna-se um sinal de Deus (suas origens remontam a templos antigos - Miquéias 5,1).Não é uma grandeza segundo critérios humanos. Isso se mostra plenamente no mistério que se manifesta em Maria.

O Evangelho de hoje abraça dois extremos: a humildade de uma serva, que vai ajudar sua prima no fim da gravidez. Reforçada nesta disponibilidade por estar ela mesma grávida; E a grandeza de seu Senhor, que ela exalta no júbilo do Magnificat. Esta complectio appositorom revela o mistério de Deus nela. Sua prima Isabel, ou melhor, o filho desta, João Batista, ainda no útero, torna-se porta-voz deste mistério. Pois ele é profeta, "chamado desde o útero de sua mãe". Saltando no seio de sua mãe, aponta o Salvador escondido sob o coração de Maria. E Isabel traduz :

" Tu és a mulher mais bendita do mundo
e bendito é também o fruto de teu seio ... 
feliz és tu, que acreditaste". 

Isabel sabe que o mistério da Deus, só acontece onde é acolhido na Fé, na confiança posta nele. Esta Fé não é um frio e intelectual "Amém de obscuridades lógicas", mas engajamento pessoal numa obra de dimensões insondáveis.

Maria conhece o agir de Deus. O Magnificat o demonstra (vale ler mais do que somente as palavras iniciais). Deus opera suas grandes obras naqueles que são pequenos, porque não são cheios de si mesmos e lhe deixam espaço. O espaço de um útero virginal. O espaço de uma disponibilidade despojada de si. Realiza-se em plenitude no servo por excelência. Jesus, vem ao mundo para tornar supérfulos todos os sacrifícios e holocaustos, já que ele mesmo imola de modo insuperável sua existência, em prol dos seus irmãos (2ª Leitura).

Serviço e grandeza, são duas faces inseparáveis do Mistério de Deus cuja manifestação celebraremos dentro de poucos dias. É o mistério do amor. Claro que amor é uma palavra humana. Dizem que o amor movimenta o mundo, mas é preciso ver de que amor se trata. O amor autêntico recebe sua força da doação. Num sentido infinitamente superior, se pode dizer isso de Deus também. O que aconteceu em Jesus no-lo revela. Esta amor de Deus para os homens ultrapassa o que entendemos pelo termo amor, mas é um amor verdadeiro, comparável quase com o amor dos esposos (quando autêntico). 

Os céus que fecundam a terra, Deus que cobre uma humilde criatura com sua sombra. A liturgia não tem medo destas imagens. Fecundada pelo orvalho do céu, a terra se abre para que brote o Salvador.

Pe.João Azeredo
CONFRATERNIZAÇÃO VICENTINOS

SÁBADO - 22/12/12 - 08H

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16 de dez. de 2012

3º Domingo Advento (C) - 2ª parte

ALEGRIA E EXCELÊNCIA DE MUDANÇA
A sociedade perdeu a dignidade.Injustiças e violências andam soltas.Sentimos indignação e desejamos o fim do reino do "vale-tudo". Não é "terrorismo moral" dizer que devemos mudar, tanto na vida pessoal, como na social.A exigência de mudança deve ser inspirada pela esperança e alegria do bem que Deus sempre nos proporciona. A conversão dos indivíduos e da sociedade será o retorno de uma mensagem de alegria e esperança.

No domingo passado, e também neste (16/12/12), o evangelho apresenta João Batista, o profeta de Deus e do Messias (Lucas 3, 10-18). Para isso, devemos deixar de lado toda injustiça, mesmo aquela que faz parte dos costumes de nossa sociedade, seja o ágio, a extorsão, os subsídios ilegais etc.Se fosse hoje, João Batista ensinaria certamente a pagar impostos e taxas sociais...Tudo isso faz parte da conversão para receber Reino do Pai.

Essa extorsão exigente é, na realidade, parte integrante de uma mensagem de alegria: a mensagem da salvação que vem de Deus. "Deus estará no meio de ti", anuncia o profeta Sofonias à cidade de Jerusalém (1ª Leitura). Por isso, convém alegrar-vos demonstrando nossa alegria na retidão e bondade no proceder (2ª Leitura).

No fim do Evangelho ouvimos palavras fortes.Aquele que vem, o Messias, vai limpar a eira, vai separar no terreiro, a palha do trigo, e a palha será queimada...

João Batista ainda não conhecia a pedagogia de Jesus. Na linha dos antigos profetas, pretendia converter as pessoas mediante ameaças.Jesus converte com o dom da própria vida. A intenção de João é que preparemos nossa vida para a alegria de ter Deus no meio de nós. A presença do Senhor significa bondade, harmonia, paz...Para que a alegria de Deus possa chegar até nós, o profeta exige conversão pessoal e conversão da sociedade. Os exemplos propostos por João são significativos: Os que tem reservas estocadas devem repartir com os indigentes; Os funcionários do imposto imperial devem deixar de exigir comissão para si; Os soldados devem contentar-se com seu soldo e não praticar extorsão contra a população.

Não se tratava de comportamento meramente pessoal.Todos praticavam esses abusos (como ainda hoje), e para não agir assim, seria preciso que a realidade fosse outra.Ninguém pode ser virtuoso e piedoso sem modificar também os costumes com as pessoas, e os procedimentos da sociedade na qual vive.

Ser santo sozinho é ilusão.

A alegria da proximidade de Deus nos faz viver de um jeito mais limpo, mais radiante.Mas isso só tem sentido, se tornarmos mais limpo também o mundo em que vivemos.Isto é, se tornarmos as estruturas mais de acordo com  o evangelho e o reino.Senão, voltaremos a nos envolver na sujeira, como porco lavado que volta ao lamaçal.

Pe.João Azeredo

15 de dez. de 2012

3º Domingo Advento (C) - 1ª parte

ALEGRIA ! PROXIMIDADE DE DEUS

Quando a vinda está para realizar, e todos os sinais a se confirmarem, a esperança e a preparação se transformam em alegria e júbilo.Esse é o espírito do 3º Domingo do Advento.Neste ano (C), é lido o texto que deu seu nome ao presente Domingo:
 
"Gaudete"
 (Filipenses 4, 4-7; 2ª Leitura). 
 
O sentimento de viver na presença do Senhor deve produzir no cristão não apenas uma profunda alegria, mas também um novo tipo de relacionamento com seus irmãos, o epeikes, o bom grado-o cristão não apenas tem alegria, mas tem alegria para quem o encontra. Será verdade?

No evangelho, os que acolhem a pregação de João Batista lhe pedem normas de comportamento em vista da vinda do Messias.Essas normas se resumem em uma só palavra: ser gente.Estamos acostumados demais a estes textos para lhes descobrir novidade. O normal que se esperaria do profeta e asceta seria: exercícios de penitência, jejum e cilício.Não é nada disso.E sim, repartir aquilo que temos;Para fiscais de impostos, serem honestos;Para soldados, não molestar pessoas e contentar-se com seu soldo. SER GENTE, é a exigência quando o Reino de Deus acontece.

João Batista, sanciona essas orientações, proclamando o significado decisivo do que está acontecendo e explica o sentido verdadeiro de seu sinal (sacramento),o batismo. Trata-se de um sinal no espírito e no fogo:

No espírito, para os justos que serão impelidos pelo espírito de Deus, transformados em profetas (cf.Joel 3) e santos; No fogo, para os ímpios que queimarão como o refugo no fogo e da ceifa. Pois o "mais forte" já está com a pá na mão para limpar o grão no terreiro.

Sofonias, numa linguagem que se aproxima do Segundo Isaías, proclama promessas de salvação:

Javé revogou a sentença contra seu povo.Os povos felicitarão a "Filha (de) Sião", Jerusalém, o povo de Israel. Porque Javé se revela no meio dela como um herói vencedor (1ª leitura).

Os textos hoje mostram o duplo sentido que a presença de Deus toma em nossa vida, em nosso mundo.A proximidade do Santo não é necessariamente terrível e mortal para o homem impuro, como sugerem muitos textos do Antigo Testamento.Para quem se converte a Deus, sua proximidade é confirmação, força e razão de alegria. Quem dá a impressão de viver na presença de um Deus que oprime, mostra uma falha em si mesmo.Porém, quem se entregou a Ele e se sente bem, é uma alegria para seus irmãos.

Isso vale também para a Igreja. Não podemos duvidar de que Deus está com ela. Mas será que ela está com Deus? Quando é um peso para os homens (não por sua exigência de fidelidade e virtuosa caridade, mas por seu egoísmo grupal, mesquinhez ou sei lá o quê), ela mostra que a vinda do Senhor não a transformou.

A alegria de Deus só se torna polpável em nós, quando realmente O desejamos em nosso meio. Não será grande parte da "tristeza" do cristianismo, os cristãos não desejarem Deus como centro de sua vida, de sua comunidade e ou de sua "cidade"?

Reis cristãos exerceram atroz opressão em nome de Cristo, porque seus interesses não eram a boa-nova libertadora para os pobres (aclamação ao evangelho), mas a implantação do próprio poder. Era uma cristandade ambígua, sem desejo de Deus e portanto sem alegria em lhe servir. Se ouvimos hoje um apelo para nos libertar de nossos egoísmos pessoais e grupais (Filipenses 4,6), o Senhor será reconhecido como aquele que é forte em nós, em nosso meio, em nossa própria existência, e toda comunidade será o evangelho por excelência.


Pe.João Azeredo

14 de dez. de 2012

Sacramento da Confissão

Estamos nos aproximando da grande Solenidade do Natal de Nosso Senhor, que depois da Páscoa, é considerada pela Igreja, a festa mais Importante do calendário Litúrgico. Celebraremos o nascimento de Jesus Cristo, o Deus que se fez homem para salvar o gênero humano. Cada um de nós é convidado a se preparar, através de uma boa confissão, para celebrar esta grande data.















Em nossa Forania já estão acontecendo as confissões comunitárias.

O Catecismo da Igreja Católica, em seu número 1455 nos recorda os frutos gerados pela Confissão Sacramental:

“A confissão dos pecados, mesmo do ponto de vista simplesmente humano, nos liberta e facilita nossa reconciliação com os outros. Pela acusação, o homem encara de frente os pecados dos quais se tornou culpado: assume a responsabilidade deles e abre-se de novo a Deus e à comunhão com a Igreja, tornando possível um novo futuro”.

A confissão será uma oportunidade para podermos, através da absolvição do Sacerdote, nos reconciliarmos com Deus, com a Igreja e com os irmãos, para bem celebrarmos o nascimento de Jesus Cristo. Aqueles que por ventura não puderem comparecer nesta data, podem agendar um horário alternativo com o Pároco através da Secretaria Paroquial ou buscar a confissão em outra Paróquia.

O importante é não deixar essa graça passar !

9 de dez. de 2012

Missa 1ª Comunhão 2011/2012

CATEQUISANDOS E CATEQUISTA TÂNIA
 
 
 


PADRE JOÃO AZEREDO
 

"CORPO"
"SANGUE"

CRISTO DENTRO DE NÓS
MINISTÉRIO DE MÚSICA

 

 

2º Domingo Advento - 2ª parte (C)

PAZ DA JUSTIÇA :
DESIMPEDIR A CHEGADA DE DEUS


Três domingos nos separam do Natal. Logo estaremos celebrando que Deus quer chegar até nós. Mas será que nós lhe abrimos caminho? O evangelho nos apresenta João Batista, o austeropregador de conversão que convoca o povo para endireitar os caminhos e aplainar as estradas, a fim de que Deus nos passe a alcançar. Para quem acredita, tal esforço não é penoso, pois a chegada de Deus não significa fiscalização, mas salvação: 

"Todos experimentarão
a salvação que vem de Deus"
 (Lucas 3,6). 

Quem espera coisa boa chegar, prepara a estrada com prontidão e alegria.

A 1ª Leitura canta a beleza desta salvação que Deus nos traz: a cidade vai se chamar "paz da justiça e glória da piedade". A justiça - plano de Deus - produz paz e bem para todos. O respeito e o amor de Deus (a piedade) produzem a glória, a beleza e o explendor de nossa sociedade. O contrário é verdade também: a exploração egoísta produz conflito, a idolatria do dinheiro, do poder e do prazer, gera um mundo desigual e inumano.

Se quisermos empenhar-nos por um mundo onde Deus se sinta em casa, afastaremos alegres os obstáculos que impedem isso. São obstáculos em nosso coração: o egoísmo, a ambiguidade, o desamar ... E obstáculos no coração de nossa sociedade: estruturas injustas, desigualdades ruinosas, leis que produzem monstros de riqueza ao lado de miseráveis e políticas em favor só de alguns e não de todos.

Os obstáculos a serem derrubados estão dentro de nós mesmos e em parte na estrutura de nossa sociedade. Importa trabalhar nos dois níveis, com alegria. Não com rancor próprio dos que antes odeiam os outros (e até as si mesmo), mas de quem ama o bem...o rancor não faz Deus chegar. O que marca quem procura experimentar "a salvação que vem de Deus",  é a alegria. É uma alegria limpar o caminho para que a "a paz da justiça" possa chegar, ainda que custe suor e luta.

Essa "paz da justiça" não é qualquer, inventada por nós, e feita sob a nossa medida, conforme nossos interesses. Ela está em Jesus Cristo que vem. Para conhecer esta paz, importa ver o que Ele faz e preparar-se para fazer o mesmo, como indivíduo e como sociedade. Vivermos conforme a justiça que Jesus nos mostra, participando do amor que Ele tem ao Pai. É isso que vai ser nosso brilho e felicidade.

O sentido do Advento e do Natal não é algo sentimental, chorar de emoção por causa de uma criancinha. É alegrar-se porque Aquele que podemos chamar de "filho de Deus" veio mostrar no concreto, e sempre vem, viver no meio de nós, para com seu exemplo, sabedoria, lucidez e entrega de vida, significar o bem conforme a última instância que é Deus - "Paz da Justiça".

Pe.João Azeredo