Deus, nossa justiça,
o nome de nossa cidade ?
Hoje (02/12/12), iniciamos mais uma vez um novo ano litúrgico. Cada ano litúrgico começa com o Advento (palavra que significa "vinda"), a chegada de Jesus messias na festa de Natal, comemoração de seu nascimento.
Desde o início deste ano litúrgico, é suscitado em nós a esperança da justiça de Deus que vai chegar. Justiça não significa simplesmente aplicar as leis da sociedade. Estas nem sempre são justas (muitas vezes são feitas para justificar o direito dos mais fortes). Na Bíblia, justo é o que é bom conforme a vontade de Deus. A justiça é a vitória desse projeto.
Na época do profeta Jeremias (1ª Leitura), Jerusalém era uma cidade em ruínas. Mas o profeta lhe anuncia um futuro melhor. A cidade chamar-se-a: "Deus nossa justiça". É Deus quem o fará. Já o apóstolo Paulo, na 2ª Leitura, nos deseja crescimento na justiça, para sermos encontrados irrepreensíveis, quando Jesus vier de novo.
No evangelho, Jesus fala de "sinais terríveis no céu e na terra, anunciando a vinda do Filho do Homem", isto é, Ele mesmo, a quem Deus deu o poder sobre a humanidade (como aparece na visão em Daniel 7,13-14). Isso não deve nos assustar. Pelo contrário! Se estivermos comprometidos com a Justiça do Reino de Deus, poderemos "ficar de pé" diante dele. Se estivermos colaborando para que a nossa cidade se possa chamar justiça de Deus - e não apenas "capital do boi" ou "abóboras"- a vinda do filho do Homem será nossa grande alegria.
Sabemos que o tudo é passageiro. Por outro lado, o que poderemos fazer de nossa vida é dar sentido a ela enquanto vivemos neste mundo. O que importa no fim de tudo, é fazermos a justiça, o amor, e brotar nesta lavoura que é a história da humanidade, os frutos que Deus espera de nós. Por isso, Jesus nos dá a vinda, para que tenhamos sempre o verdadeiro fim diante dos olhos:
"Deus nossa justiça"
o amor e a justiça tomando conta de tudo.
Isso não acontecerá sem a nossa participação. Deus faz aliança conosco, e nós somos os seus parceiros. Neste tempo de Advento, ( chegada de Deus até nós), vamos colaborar com Ele e realizar a nossa parte na aliança:
Justiça social, pão e direitos para todos;
Transformar os mecanismos falhos
e as estruturas injustas de nossa sociedade;
Endireitar as relações com nossos semelhantes;
Empenhar a nossa vida por nos tornarmos
mutuamente irmãos de verdade,
felizes, consolados e amparados;
Pe. João Azeredo