Na proximidade de Natal, diante dos enfeites de nossas casas e diante das vitrines cheias de supérfulos, cabe perguntar para que Jesus veio ao mundo? Ele veio para fazer a vontade de Deus, que é nossa salvação (2ª Leitura).
Ele veio como o messias e libertador anunciado pelos profetas. A 1ª Leitura descreve Belém com a cidade onde nasce o Rei, descendente de Davi, que será o Salvador do povo. Davi era pastor e Rei e seu descendente, o Messias, será um Davi superior, ou melhor, um Davi mais plenamente consagrado à vontade de Deus: O novo pastor enviado para conduzir o povo...
Deus elege seu enviado e também a mãe que O dá ao mundo. O mistério dessa eleição se realiza no útero de Maria, nos primeiros dias de gravidez, e no sexto mês de sua parenta Isabel. João Batista ainda no útero de Isabel, manifesta alegria pela presença do Messias no seio de Maria. Quando Maria visita Isabel, Deus visita o seu povo na figura do Messias que há de nascer....
Ora, que significa concretamente, a liderança messiânica para a qual Jesus nasceu? Ele veio fazer reinar a justiça e o amor que Deus colocou como fundamento de seu reino. Veio ensinar-nos a amar-nos mutuamente, procurando cada um servir a seus irmãos, em vez de explora-los. Jesus, não veio exercer as funções dos sacerdotes do Antigo testamento - oferecer sacrifícios de bois e cordeiros - mas realizar a vontade do Pai, até o dom da própria vida: " me deste um corpo...aqui estou...para fazer tua vontade " ( 2ª Leitura). O nascimento Dele é o primeiro momento do dom de sua vida. O presépio do nascimento é da mesma madeira que da cruz da Sexta-feira Santa.
A disposição com que Jesus oferece sua vida a vontade do Pai é um exemplo para nós. Só acolheremos Jesus de verdade, se assumirmos sua atitude como programa para vida. O amor é contagioso. Quem ama, gosta de imitar a quem ama. Nosso cristianismo não é em primeiro lugar uma questão de ritos e práticas devocionais, mas de fazer a vontade do Pai. É antes de tudo, adesão ao plano divino de salvação, que as nossas mãos devem por em prática.
É assumir a justiça, o respeito, a libertação e o amor em atos e verdade, daquilo que Deus deseja para todos os homens.
As práticas devocionais devem ser alimento para a prática de nossa vida no meio da sociedade, e não desculpa e fuga. Não basta entrarmos no templo; Devemos dizer :
" Eis-me aqui, para fazer tua vontade".
Se Natal significa acolher Jesus, essa acolhida só será verdadeira se, com ele, repetirmos : "Eis me aqui "...
Pe.João Azeredo