30 de mar. de 2013

Vigília Pascal (A/B/C) - 1ª parte


TESTEMUNHAR O INCRÍVEL 
(C) 


Tudo como no ano A, exceto o Evangelho (Lucas 24, 1-12)

“O Filho do Homem devia
ressuscitar no terceiro dia”.

O evangelho de Lucas traz mais aparições pós-pascais do que os outros, e elas servem exatamente para que Jesus abra os olhos aos discípulos desanimados e incrédulos, explicando-lhes as Escrituras a seu respeito (Lucas 24,27; 24,45; cf. Atos 1,3). Os mensageiros lembram às mulheres que Jesus predisse o cumprimento das Escrituras com sua paixão e morte. Mas quando elas voltam e narram isso aos discípulos, estes não acreditam (24,11). Apenas Pedro, vai constatar o fato do sepulcro vazio (ele é o apoio que sustenta a fé de seus irmãos (cf. Lucas 22,31-34).

Os eventos pascais nos são transmitidos em duas categorias de testemunhos: o testemunho a respeito do sepulcro vazio e o das aparições. Este último é o mais antigo, e o único mencionado na tradição de Paulo a respeito do querigma cristão (1Coríntios 15,3 ss), primeira expressão escrita do evento pascal. O testemunho transmitido por Paulo corresponde essencialmente ao de Lucas (24,13ss), sobre as aparições de Jesus aos apóstolos e aos outros discípulos.

Lucas narra o outro elemento, o sepulcro vazio (Evangelho) destacado por Marcos (cf. ano B), de modo a preparar as aparições em que Jesus explicará o que as Escrituras disseram a seu respeito, tanto no que concerne à sua paixão e morte, quanto à sua ressurreição. O sepulcro vazio não fala por si. É um indício negativo, que precisa ser completado pela palavra, e esta consiste essencialmente no reconhecimento do plano de Deus naquilo que aconteceu a Ele (cf. João 2,22; 12,16).
Pe.João Azeredo