RECONCILIAÇÃO EM CRISTO, ALEGRIA
DA VOLTA
Antigamente, a proximidade da
Páscoa causava em alguns certo nervosismo, em outras causava piedosa alegria: era o
momento de fazer a confissão pascal...
A liturgia de hoje nos fala da
alegria de voltar e da reconciliação. No quadro apresentado pela 1° leitura, os
hebreus chegam ao fim de sua peregrinação pelo deserto. Estão entrando na Terra
Prometida e podem esquecer a vergonha de sua escravidão. Celebram a Páscoa,
comendo o pão sem fermento, dos primeiros frutos da terra, recebido de Deus. O
evangelho descreve o filho pródigo que volta para seu pai, o qual o acolhe com
uma alegria do tamanho do seu amor, pois seu filho “estava morto e voltou a
vida, estava perdido e foi encontrado”. Assim, a liturgia de hoje é uma grande
exortação para que o pecador volte à alegria que Deus lhe destina. Basta que se
entregue a Cristo, admitindo em coração, que a morte de Jesus nos
reconciliou, e que a vida nos indica o rumo a seguir.
Por que não dar ouvido a essa
exortação?
Aquele que vive estraçalhado por desejos egoístas, contraditórios e
insaturáveis, por que não volta a benfazeja doação da vida, a exemplo de Jesus?
O que sente remorsos por estar injustiçando seus semelhantes, por que não
repara sua injustiça para encontrar a paz?
Quem se deixou seduzir pelas drogas,
consciente de estar num beco sem saída, por que não imita o exemplo do filho
pródigo?
Aquele que sabe que sua riqueza causa a pobreza de muitos, por que não
se esforça, em espírito de comunidade, a criar estrutura de participação?
Pe.João Azeredo