A MORTE DO JUSTO
Foi diante da morte do justo que o mundo se compungiu. Hoje, o relato da Paixão de Nosso Senhor, segundo Lucas
(evangelho), nos conta como os poderosos rivais, Herodes e Pilatos, tornam-se
amigos às custas de Jesus, mandando-o de um lugar para o outro como objeto de
diversão. Conta também como um dos malfeitores crucificados com Jesus escarnece
pelo sofrimento do justo. Por outro lado, vemos Simão de Cirene ajudando Jesus a levar a cruz; As mulheres chorando o seu sofrimento; O bom ladrão solicitando a
misericórdia de Jesus; O povão que se arrepende...
Qual é a nossa atitude
diante do sofrimento do justo?
A de Herodes e Pilatos?
A das mulheres e do
bom ladrão?
O oficial romano ao pé da cruz exclamou:
“Realmente, este
homem era um justo!”
O que é ser justo, no sentido da Bíblia? Por que o justo
sofre? A 1° e a 2° leitura no-lo dizem por obediência a Deus. Então, Deus
manda sofrer? Não é isso horrível e cruel? Não. Ele não manda sofrer o justo,
“seu filho”. Só manda amar. Amar até o fim. Mas quem ama, sofre! O justo que
ama, sofre não por causa da paixão sentimental, mas porque ele não quer ser
infiel ao amor que começou a demonstrar, e que se opõe à violência dos donos do
nosso mundo! Nesta fidelidade, o justo pode expirar com Jesus, dizendo:
“Pai,
nas tuas mãos entrego o meu espírito”.
Ser justo é corresponder àquilo que Deus
espera de nós, é colaborar com o plano de salvação. É fazer como o bispo Romero, e tantos
outros, que deram a vida por aquilo que consideravam ser o desejo de Deus:
O amor
testemunhado aos mais pobres
dentre seus filhos.
dentre seus filhos.
Diante da cruz do justo que morre, temos que optar pelo
lado dos que dão sua vida para viver, e fazer viver o amor de Deus. Ou pelo lado
dos que se dão as mãos para suprimir a justiça. Lado de quem carrega a cruz ou
quem a impõe.
Pe João Azeredo