24 de mar. de 2013

Domingo de Ramos (A/B/C) - 3ª parte


A MORTE DO JUSTO

Foi diante da morte do justo que o mundo se compungiu. Hoje, o relato da Paixão de Nosso Senhor, segundo Lucas (evangelho),  nos conta como os poderosos rivais, Herodes e Pilatos, tornam-se amigos às custas de Jesus, mandando-o de um lugar para o outro como objeto de diversão. Conta também como um dos malfeitores crucificados com Jesus escarnece pelo sofrimento do justo. Por outro lado, vemos Simão de Cirene ajudando Jesus a levar a cruz; As mulheres chorando o seu sofrimento; O bom ladrão solicitando a misericórdia de Jesus; O povão que se arrepende...

Qual é a nossa atitude diante do sofrimento do justo?
A de Herodes e Pilatos?
A das mulheres e do bom ladrão?

O oficial romano ao pé da cruz exclamou:
“Realmente, este homem era um justo!”

O que é ser justo, no sentido da Bíblia? Por que o justo sofre? A 1° e a 2° leitura no-lo dizem por obediência a Deus. Então, Deus manda sofrer? Não é isso horrível e cruel? Não. Ele não manda sofrer o justo, “seu filho”. Só manda amar. Amar até o fim. Mas quem ama, sofre! O justo que ama, sofre não por causa da paixão sentimental, mas porque ele não quer ser infiel ao amor que começou a demonstrar, e que se opõe à violência dos donos do nosso mundo! Nesta fidelidade, o justo pode expirar com Jesus, dizendo:

“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. 

Ser justo é corresponder àquilo que Deus espera de nós, é colaborar com o plano de salvação. É fazer como o bispo Romero, e tantos outros, que deram a vida por aquilo que consideravam ser o desejo de Deus: 

O amor testemunhado aos mais pobres
dentre seus filhos.  

Diante da cruz do justo que morre, temos que optar pelo lado dos que dão sua vida para viver, e fazer viver o amor de Deus. Ou pelo lado dos que se dão as mãos para suprimir a justiça. Lado de quem carrega a cruz ou quem a impõe.
Pe João Azeredo