Para muita gente, o que Jesus conta no evangelho parece fácil demais. O filho pródigo, “esse sem vergonha”, gasta tudo e depois volta e Deus perdoa tudo, e logo está tudo bem de novo. É fácil demais ! Além disso, é injusto para quem acha que fez tudo direitinho e não ganhou nada por isso.
Ora, quem fala assim não entende nada de Deus. O Senhor não é um fiscal. É um criador. Ele criou sem dever nada a ninguém, e também não fica devendo ao pecado o que nós fazemos quando decide recriar-nos.
Esse “deixar Deus fazer”, é exatamente a conversão. E é o que o filho mais velho não faz.
Basta que o deixemos fazer.
Esse “deixar Deus fazer”, é exatamente a conversão. E é o que o filho mais velho não faz.
Não dá a Deus a alegria de
faze-lo uma nova criação!
Se conversão de um pecador é difícil. Mais difícil, é a conversão de quem se considera justo.
Será então melhor ser pecador?
Até diria que sim, porque num certo sentido é menos perigoso ser autêntico na desobediência e no egoísmo, do que por medo. Ou ainda, por implícito cálculo de compensação, esconder o que se tem por dentro, ficando endurecido pelo fato de agir sem convicção ou sem ânimo...
Ora, como muitos fiéis que vem as nossas igrejas estão na posição do filho mais velho, a tarefa da catequese litúrgica para este domingo é bastante difícil:
Como tirar o calo da autossuficiência
dos corações dos bons cristãos?
Porém, se isto não acontecer, não poderão participar da alegria do Laetare...
“ Ilumina Senhor, nossos corações
com o esplendor de tua graça”
(oração final)
Pe.João Azeredo